quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Semana de Arte Moderna



De 11 a 18 de fevereiro de 1922 realiza-se no Teatro Municipal de São Paulo a esperada Semana de Arte Moderna que inaugura um novo período nas artes brasileiras. Houve uma exposição de pintura, escultura e arquitetura, que causou escândalo e contou com a presença dos pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Osvaldo Goeldi, entre outros; participaram também os escultores Victor Brecheret e Wilhelm Haarberg e os arquitetos Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel; Mário de Andrade e Ronald de Carvalho realizaram conferências sobre artes plásticas. Aconteceram também recitais de música, onde se destacaram o compositor Villa Lobos e a pianista Guiomar Novaes, conferências sobre literatura, realizadas por Graça Aranha, Menotti del Picchia e Mário de Andrade, e leitura de diversos poemas de autoria dos modernistas, incluindo os dois últimos escritores, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho, Sérgio Milliet e outros. Diante das propostas de renovação dos modernistas, o público, acostumado à tradição, reagiu com vaias e tumulto. Mas os ideais modernistas de livre criação nas artes, de funcionalismo e de simplicidade na arquitetura e de uma literatura que expresse a realidade brasileira infiltraram-se em nossa cultura, mudando seus caminhos. A partir da Semana de Arte Moderna, divulgou-se cada vez mais a poesia livre do metro e da rima, com temas novos, e a prosa preocupada com o novo rumo histórico que a industrialização imprimiria à sociedade brasileira. Ao mesmo tempo que tinham consciência de um momento histórico - o que gerou obras de cunho social - os modernistas reconheceram a singularidade de cada indivíduo e a validade de propostas novas sugeridas pela experiência pessoal - o que motivou obras de inspiração intimista.

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